Se você tem a resposta para a pergunta do título, meus parabéns, você ficará extraordinariamente rico em curto espaço de tempo.
Mas essa não é uma questão fácil. Desde que se iniciou a utilização em larga escala da energia elétrica em 1882, quando Thomas Edison colocou em funcionamento a usina geradora de Pearl Street, se buscam alternativas mais econômicas e de menor risco para a utilização da energia elétrica.
Ao entrar em operação em setembro de 1882, a usina de Edison, era composta por 6 geradores de corrente contínua (CC) acionados por máquinas a vapor, fornecendo 30kW na tensão de 110Volts.
No primeiro ano a usina atendia 59 instalações na parte baixa de Manhattan em uma área de 3km², neste primeiro ano a usina alimentava aproximadamente 1.200 lâmpadas.
Mas o sucesso do sistema de distribuição em corrente contínua, também decretou o seu fim, as elevadas correntes necessárias para o atendimento da carga sempre crescente, exigia cabos e acessórios cada vez mais robustos, e portanto mais caros, inviabilizando a expansão do sistema.
Outro gênio resolveu o problema, Nicola Tesla e sua aposta na corrente alternada. Em 1895, ele construiu, junto com o industrial George Westinghouse, a usina hidrelétrica das cataratas de Niágara, levando eletricidade para a cidade de Buffalo, a 40 quilômetros de distância.
A vantagem estratégica do sistema concebido por Tesla, é que em corrente alternada, a voltagem pode ser transformada, elevando-se a tensão, e permitindo a transmissão a longas distancias, com poucas perdas e utilizando de cabos de menor bitola.
OK, então a utilização da CA no lugar da CC na distribuição de energia foi um fator que possibilitou a utilização da energia elétrica em larga escala? A resposta é sim, mas isso não resolveu todos os problemas, a produção, transporte e utilização da energia elétrica continuava a ser caro, poluidor e perigoso, principalmente quando envolve alta tensão.
E o que temos feito para modificar essa situação?
Bem, a geração de energia utilizando combustíveis fósseis que alimentou a primeira usina concebida por Thomas Edison continua a ser utilizado até os dias de hoje, assim como a geração hidroelétrica que Tesla e Westinghouse conceberam nas cataratas do Niágara, ambas com impacto ambiental considerável, e no caso da primeira, utilizando recurso não renovável, o carvão.
Hoje a matriz energética mundial ainda se utiliza largamente de recursos não renováveis e poluidores do meio ambiente, tais como: petróleo, carvão mineral, gás natural e nuclear.
Algumas fontes não renováveis de energia, como o petróleo e o carvão mineral, são responsáveis por grande parte da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, visto que estas fontes precisam ser queimadas para gerar energia, liberando gases poluentes, que impactam a saúde e o meio ambiente.
As maiores inovações na geração de energia elétrica (e sempre a energia elétrica) ocorreram na utilização das fontes renováveis de energia. São exemplos de fontes renováveis: a hídrica (energia da água dos rios), solar (energia do sol), eólica (energia do vento), biomassa (energia de matéria orgânica), geotérmica (energia do interior da Terra) e oceânica (energia das marés e das ondas).
As fontes renováveis de energia são consideradas limpas, pois emitem menos gases de efeito estufa que as fontes não renováveis e, por isso, são hoje preferencialmente utilizadas, tanto no Brasil como no mundo.
Porém há limitações, as usinas solares não geram eletricidade à noite, a eólicas não funcionam quando não há vento, em períodos de seca há restrições para o uso da água na geração de energia, o custo dos derivados de petróleo é alto, as usinas nucleares têm alto custo de implantação e são intrinsecamente inseguras, e a própria eletricidade pode ser mortal para o ser humano e para animais.
Desde Edison descobrimos várias formas de gerar energia elétrica, mas não temos nenhuma indicação de um outro tipo de energia que seja segura, barata e disponível para substituir a eletricidade. Talvez em algumas dezenas de anos, tenhamos essa resposta.
Decio Wertzner – novembro 2021